Celebrando
20 anos de trajetória, a companhia carioca Os Dezequilibrados reúne integrantes
e atores convidados em espetáculo inédito.
Às
vezes parece que o universo conspira para determinada coisa acontecer, e isso
pode acontecer de diversas formas, e numa dessas conspirações eu fui com minha
amiga assistir Rio 2065 no final de janeiro, e como toda boa comédia nos fez
refletir sobre vários assuntos ao mesmo tempo.
Tanto
que a necessidade de assistir novamente cada vez mais se fez presente, me
fazendo me desdobrar em mil durante o mês para que se tornasse possível ver
mais uma vez a peça.
E
posso afirmar que foi a melhor decisão que tomei, porque reforçou ainda mais
minhas impressões durante o espetáculo, e me fez enxergar novamente a comédia
como uma ótima ferramenta para reflexão, em meio ao riso conseguimos analisar
várias das questões abordadas durante a peça.
A
trama se passa num cenário futurista onde a cidade do Rio de Janeiro foi quase
toda vendida para outros países, e o que restou da cidade virou um parque
temático chamado Rio Fun World, que tem como função apenas receber turistas, em
sua maior parte bêbados para usufruir das atrações ali oferecidas.
A
história gira em torno do detetive Machado e da replicante Louise, que tentam
recuperar a cabeça de um bispo calvinista que foi cortada pela índia Jacira. Em
meio a essa busca um sentimento nasce entre o casal de policiais, no entanto
relacionamentos entre humanos e replicantes são proibidos. Paralelamente também
acontece uma disputa acirrada entre duas escolas de samba, onde ambas escolas
de samba não medem esforços para fazer do carnaval de 2065 o mais inesquecível de
todos.
Acho
que a percepção que mais me chamou atenção, foi essa sensação de
reconhecimento, apesar de ser um cenário futurista, regado de ficção científica,
identificamos vários aspectos da nossa sociedade, ao fazer esse retrato maximizado
de nossas mazelas, percebemos que ainda
trazemos muita bagagem do passado, nossa história ainda se repete, por mais
doloroso que seja admitir.
Ao
mesmo tempo, a peça retrata como ninguém a forma como o brasileiro lida com
todas essas adversidades, podemos perceber isso ao ver como o brasileiro não perde
o bom humor perante as dificuldades, um exemplo disso é a quantidade de memes que
vemos diariamente na internet.
Já
queria ter falado a mais tempo de Rio 2065, entretanto creio que estou escrevendo
no momento certo, após algum tempo para refletir e conseguir colocar em palavras
o impacto que a peça exerceu sobre mim. Sinto que fui estapeada, no bom sentido,
e me sinto mais fortalecida ainda para seguir o caminho que escolhi, mesmo já sabendo
de antemão que essa estrada vai vir recheada de dificuldades.
Direção:
Ivan Sugahara
Texto: Pedro Brício
Elenco: Alcemar Vieira, Ângela Câmara, Cristina Flores, Guilherme Piva, Jorge Maya, José Karini e Letícia Isnard.
SERVIÇO
Data: 11/01 a 03/03/2019 |Sessão extra: 02/03/2019
Texto: Pedro Brício
Elenco: Alcemar Vieira, Ângela Câmara, Cristina Flores, Guilherme Piva, Jorge Maya, José Karini e Letícia Isnard.
SERVIÇO
Data: 11/01 a 03/03/2019 |Sessão extra: 02/03/2019
Local:
Centro Cultural Banco do Brasil – Rio de Janeiro
Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 – Centro
Horário do evento: 19h | Sessão extra 02/03: 16h
Classificação etária: 14 anos. Proibido para menores de 14 anos.
Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 – Centro
Horário do evento: 19h | Sessão extra 02/03: 16h
Classificação etária: 14 anos. Proibido para menores de 14 anos.