Tudo acontece no momento certo, eu acredito que os sinais estão por aí, cabe a gente saber identificá-los. O mês de janeiro não foi fácil para mim, sentia a pressão em minhas costas, principalmente pelo fato de não compreenderem minha escolha em cursar teatro, por um lado até entendo não me apoiarem, afinal não é fácil viver de arte aqui no Brasil.

Depois que as notas do Enem saíram essas sensações foram maximizadas, tive vários questionamentos, derrubei várias lágrimas, entrei em um conflito interno sem saber em qual direção seguir.

Até que minha amiga me chamou para ir ao Rio de Janeiro no fim do mês, e fomos procurar uma peça de teatro para assistir, sempre foi nosso programa preferido, aliás saudades das semanas culturais da amizade.

Escolhemos assistir Rio 2065, motivadas num primeiro momento ao ver o nome da Letícia Isnard no elenco, logo me recordei das minhas experiências anteriores, afinal já tinha assistido duas peças junto com ela: Terra do Nunca e Tarja Preta. Coincidência ou não, todas essas peças eu assisti junto com essa minha amiga, parecia que estávamos destinadas a assistir à peça.

Voltando ao Rio 2065, a história logo me chamou atenção, por ser uma comédia futurista que se passava no ano de 2065, uma das minhas primeiras impressões foi: deve ser uma loucura, e de fato foi uma das melhores loucuras que já assisti em minha vida.

Assistir a uma peça que também comemorava os vinte anos da companhia de teatro “Os Dezequilibrados” mexeu demais comigo, imagina todo o impacto em minha cabeça, antes estava sofrendo por estar quase sem esperanças, e vejo a comemoração do aniversário de 20 anos de uma companhia teatral, foi deslumbrante ver eles comemorando sua trajetória em cima do palco, com certeza resultado de muita luta e resistência.

A peça mexeu comigo mais do que eu imaginava, foi além de todas as críticas sociais que eu percebi durante o decorrer do espetáculo. Foi como se ali eu tivesse me encontrado novamente, acredito que eu tinha que ter passado por todas essas experiências, para dar mais valor a todo o amor que eu sinto por fazer arte, por atuar e por escrever.

Por todos esses motivos que quis voltar e assistir de novo a peça, acredito que precisava reforçar tudo que a peça me ensinou e como saí desse conflito mais fortalecida ainda.

Queria agradecer em especial a Letícia Isnard, afinal ela foi o sinal que eu tanto precisava encontrar, foi a feliz coincidência de mais uma vez ela estar em cartaz justamente no dia que eu estava no Rio com minha amiga, logo no momento em que mais precisava reencontrar minhas forças para seguir correndo atrás dos meus sonhos.

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