Infâmia (1961)



Dia 12: Filme LGBT

Nos últimos anos vimos vários filmes com a temática LGBT serem lançados no cinema, o que pode ser considerado um reflexo das lutas pelos direitos que foram conquistados ao longo dos anos. Hoje em 2018 eu me sinto grata por ter alguns trabalhos maravilhosos que poderia falar nessa postagem, entretanto optei por escolher Infâmia, filme lançado em 1961.

Baseado na peça de teatro “The Children’s Hour” escrita em 1934 por Lillian Hellman, teve uma versão anterior em 1936 com as atrizes Miriam Hopkins e Merle Oberon nos papéis principais. A principal diferença do filme de 1936 com as outras versões foi o fato de que Lillian em sua adaptação teve que excluir qualquer menção em relação a sexualidade das personagens.

Então em 1961, mesmo ainda sendo um assunto tabu para a sociedade na época, o filme teve sua segunda versão com Audrey Hepburn e Shirley Maclaine dando a vida as personagens Karen Wright e Martha Dobie.

Elas, amigas desde a adolescência juntam suas economias e fundam uma escola para garotas, onde elas faziam de tudo um pouco, inclusive sendo professoras na instituição. Uma das meninas, Mary Tilford, resolve se vingar delas após um castigo contando para a avó milionária que Karen e Martha tinham um caso, transformando a vida das duas num inferno após o ocorrido visto que a versão da menina havia se espalhado e elas teriam que lidar com a discriminação de todos.

Infâmia mostra com maestria a forma como a mentira contada abalou a vida das jovens professoras, destruindo não só a escola que elas fundaram com tanto trabalho como também suas próprias vidas pessoais, visto que o relacionamento de Karen com o noivo ficou abalado e Martha se viu mais atingida do que queria com o boato, ao começar questionar sua própria sexualidade em meio ao momento turbulento que vivia.

O ponto forte de Infâmia foram as atuações de Hepburn e Maclaine, que se complementavam em cena, vemos Audrey em um papel diferente do que estávamos acostumados a vê-la, entretanto o destaque especial vai para a atuação de Shirley que construiu uma personagem forte, e por vezes angustiada, o que funcionou muito bem visto que a Martha foi a mais abalada com a mentira contada por Mary.

Outro fator que contribuiu para o filme ser maravilhoso foi o fato dele ser preto e branco, mesmo as produções do início da década de 60 serem em sua maioria em cores, acredito que isso deu ao filme um tom mais misterioso, que combinou muito com a atmosfera densa da produção.


Trailer



AnteriorPagina Anterior ProximaProxima Pagina Página inicial

12 comentários:

  1. Fiquei interessada pelo filme. Muita coragem um diretor aborda essa temática tento em conta a época no qual.o mesmo foi produzido


    https://www.luartico.com/

    ResponderExcluir
  2. Ah, que bacana esse filme! Imagino que deva ter sido algo "escandaloso" na época. Hoje em dia ainda é, infelizmente. Mas o cinema esta ai para nos mostrar o quão diverso é o mundo e as pessoas que vivem nele <3

    Post maravilhoso. Beijos <3

    ResponderExcluir
  3. Eu acho que já ouvi sobre esse filme, Mas foi algo bem artificial. Fiquei interessada. Acho que não apenas pela temática, mas pelo protagonismo feminino, e pela película em PeB. Muito legal teu texto. Obrigada pela indicação :)

    ResponderExcluir
  4. Olá!
    Uau! Não conhecia o filme mas depois de tudo que você citou eu simplesmente preciso assistir! Parece mesmo um filme denso, mas mesmo assim espero poder ver em breve! Adorei

    ResponderExcluir
  5. Definitivamente preciso assistir esse filme, por causa dessas atrizes maravilhosas que são Hepburn e Maclaine e também por curiosidade de como eles abordaram o tema LGBT naquela época. Anotei a dica para procurar.

    ResponderExcluir
  6. Ainda não vi o filme, mas já tinha ouvido falar como sendo uma obra progressista e um marco na história do cinema. Me encorajou a ver!

    ResponderExcluir
  7. Não conhecia essa preciosidade, imagino a polêmica que deve ter causado na época. Um filme à frente do seu tempo que fez história! Ótima sugestão!

    ResponderExcluir
  8. Olá! =)
    Eu não conhecia o filme, mas gostei muito da trama. Amo filmes em preto e branco e amo filmes com a Audrey. Então está anotado, vou assistir.

    Bjão,
    Diego | www.vidaeletras.com.br

    ResponderExcluir
  9. Oie,

    Nunca tinha ouvido falar do filme, talvez pq ele tenha tido uma certa polêmica pra época que foi lançado, se infelizmente em pleno 2019 temos pessoas que boicotam esses filmes, imagine antigamente.
    Eu gosto muito de filmes com essa temática, e apesar de não ser fã de filme em preto e branco, vou procurar este para assistir.

    ResponderExcluir
  10. Nossa! Nunca tinha ouvido falar nesse filme. Quando comparamos com nossa época é impressionante como a sexualidade alheia pode causar tanto transtorno, apesar de ser uma ficção era o que aconteceria , e pensando em como alguém da época nos leva a refletir como uma mentira pode ser cruel.

    ResponderExcluir
  11. Super legal está sua dica. Um filme em PeB tratando de um tema tão atual. E parece que o preconceito não acaba nunção :-( Não costumo ver filmes mais antigos mas a sua dica me interessou. Vou procurar para ver Beijos.

    ResponderExcluir
  12. Olá! Quem diria, em 1961, um filme já tentando quebrar tabus, que enfrentamos até hoje. Lendo isso, me questiono como o diretor e até as atrizes se sentiriam vendo muitas coisas que os LGBTs passam até hoje. Fiquei HIPER curiosa com o filme e já agarrada na raiva com essa criança. Vou procurar ele logo! Adorei a dica. Beijos
    https://almde50tons.wordpress.com/

    ResponderExcluir