Como dizem: na vida sempre há uma primeira vez. Essa é a minha estreia fazendo blogagem coletiva. Preciso ressaltar que eu achei a iniciativa do pessoal do Bloga Web maravilhosa, e o tema “A criança que eu era se orgulharia do adulto que eu me tornei?” me chamou muita atenção e foi muito importante tirar esse tempo para fazer essa autorreflexão.

Uma das lembranças mais fortes que eu tenho de minha infância foi quando nasceu em mim o desejo de atuar. Ainda me recordo como se fosse hoje de uma peça que eu fiz quando ainda estava no jardim de infância.




Foi minha primeira vilã! A raposa malvada!

Acredito que foi a partir daí que eu fui picada pelo desejo de atuar. Como criança eu fiquei completamente encantada com o teatro e com todas as possibilidades. Lembro ainda que além da apresentação para os pais e responsáveis nós fomos convidados a apresentar a peça em outro colégio. Isso sempre ficou marcado em mim e levarei com carinho por toda a minha vida.

Eu crescia e esse desejo só aumentava dentro de mim. As pessoas ao meu redor pensavam que era uma fase e que quando eu crescesse deixaria esse sonho de lado.  Entretanto, em nenhum momento essa chama se apagou. Ao contrário, eu sentia que ela cada vez mais se fortalecia.

Então, eu cheguei na adolescência firme e forte com meus objetivos. Foi nessa mesma época que comecei a fazer teatro. Primeiro na igreja perto de minha casa e depois no colégio. A melhor fase foi quando formamos um grupo maravilhoso com vários amigos que tinham o mesmo sonho.

Mas, acredito que por morar em uma cidade pequena onde geralmente nunca valorizam as artes, sempre nos deparávamos com muitas dificuldades para realizarmos os nossos sonhos na área de atuar. Me dói até hoje ver amigos tão talentosos tendo que desistir de sonhos porque a vida adulta passou a exigir novas responsabilidades.

Na época dos vestibulares eu tentei usar minha nota do Enem para entrar em artes cênicas e por se tratar de um curso muito concorrido não consegui passar para a faculdade federal. Foi aí que eu caí na inocência de acreditar que poderia fazer outra faculdade. Passei para letras e por algum tempo achei que seria uma boa opção, afinal eu também gostava de escrever. Só que depois de algum tempo eu comecei a sentir o peso de minha decisão.

Não posso negar que foi uma época de muito aprendizado, afinal o ambiente universitário é completamente diferente do escolar. E sem falar que morei em outra cidade por alguns anos, e foi um período bem enriquecedor. Só que chegou uma hora em que me deparei comigo mesma. Tive vários questionamentos e cheguei à conclusão sobre o que queria para meu futuro.

Algumas vezes na vida precisamos dar alguns passos para trás a fim de pegar impulso para correr atrás de nossos objetivos. Foi isso que eu fiz. Nem sempre é a decisão mais fácil. Tive que abrir mão de várias coisas, uma delas foi o hábito de ir ao teatro prestigiar várias montagens, afinal voltando para o interior teria que diminuir e muito as idas ao teatro.


Agora parando para pensar, a criança que eu fui teria muito orgulho da adulta que eu me tornei. Além de permanecer fiel aos meus princípios não desisti do meu sonho em cursar artes cênicas. Minha persistência me move a conquistar todos os meus objetivos mesmos com todos os percalços pelo caminho.






Confira também os textos dos outros participantes:
Essa blogagem coletiva foi organizada por meio da BlogaWeb - A rede social dos blogueiros e blogueiras.




Tudo acontece no momento certo, eu acredito que os sinais estão por aí, cabe a gente saber identificá-los. O mês de janeiro não foi fácil para mim, sentia a pressão em minhas costas, principalmente pelo fato de não compreenderem minha escolha em cursar teatro, por um lado até entendo não me apoiarem, afinal não é fácil viver de arte aqui no Brasil.

Depois que as notas do Enem saíram essas sensações foram maximizadas, tive vários questionamentos, derrubei várias lágrimas, entrei em um conflito interno sem saber em qual direção seguir.

Até que minha amiga me chamou para ir ao Rio de Janeiro no fim do mês, e fomos procurar uma peça de teatro para assistir, sempre foi nosso programa preferido, aliás saudades das semanas culturais da amizade.

Escolhemos assistir Rio 2065, motivadas num primeiro momento ao ver o nome da Letícia Isnard no elenco, logo me recordei das minhas experiências anteriores, afinal já tinha assistido duas peças junto com ela: Terra do Nunca e Tarja Preta. Coincidência ou não, todas essas peças eu assisti junto com essa minha amiga, parecia que estávamos destinadas a assistir à peça.

Voltando ao Rio 2065, a história logo me chamou atenção, por ser uma comédia futurista que se passava no ano de 2065, uma das minhas primeiras impressões foi: deve ser uma loucura, e de fato foi uma das melhores loucuras que já assisti em minha vida.

Assistir a uma peça que também comemorava os vinte anos da companhia de teatro “Os Dezequilibrados” mexeu demais comigo, imagina todo o impacto em minha cabeça, antes estava sofrendo por estar quase sem esperanças, e vejo a comemoração do aniversário de 20 anos de uma companhia teatral, foi deslumbrante ver eles comemorando sua trajetória em cima do palco, com certeza resultado de muita luta e resistência.

A peça mexeu comigo mais do que eu imaginava, foi além de todas as críticas sociais que eu percebi durante o decorrer do espetáculo. Foi como se ali eu tivesse me encontrado novamente, acredito que eu tinha que ter passado por todas essas experiências, para dar mais valor a todo o amor que eu sinto por fazer arte, por atuar e por escrever.

Por todos esses motivos que quis voltar e assistir de novo a peça, acredito que precisava reforçar tudo que a peça me ensinou e como saí desse conflito mais fortalecida ainda.

Queria agradecer em especial a Letícia Isnard, afinal ela foi o sinal que eu tanto precisava encontrar, foi a feliz coincidência de mais uma vez ela estar em cartaz justamente no dia que eu estava no Rio com minha amiga, logo no momento em que mais precisava reencontrar minhas forças para seguir correndo atrás dos meus sonhos.

Leia também: Rio 2065





Celebrando 20 anos de trajetória, a companhia carioca Os Dezequilibrados reúne integrantes e atores convidados em espetáculo inédito. 


Às vezes parece que o universo conspira para determinada coisa acontecer, e isso pode acontecer de diversas formas, e numa dessas conspirações eu fui com minha amiga assistir Rio 2065 no final de janeiro, e como toda boa comédia nos fez refletir sobre vários assuntos ao mesmo tempo.

Tanto que a necessidade de assistir novamente cada vez mais se fez presente, me fazendo me desdobrar em mil durante o mês para que se tornasse possível ver mais uma vez a peça.

E posso afirmar que foi a melhor decisão que tomei, porque reforçou ainda mais minhas impressões durante o espetáculo, e me fez enxergar novamente a comédia como uma ótima ferramenta para reflexão, em meio ao riso conseguimos analisar várias das questões abordadas durante a peça.

A trama se passa num cenário futurista onde a cidade do Rio de Janeiro foi quase toda vendida para outros países, e o que restou da cidade virou um parque temático chamado Rio Fun World, que tem como função apenas receber turistas, em sua maior parte bêbados para usufruir das atrações ali oferecidas.





A história gira em torno do detetive Machado e da replicante Louise, que tentam recuperar a cabeça de um bispo calvinista que foi cortada pela índia Jacira. Em meio a essa busca um sentimento nasce entre o casal de policiais, no entanto relacionamentos entre humanos e replicantes são proibidos. Paralelamente também acontece uma disputa acirrada entre duas escolas de samba, onde ambas escolas de samba não medem esforços para fazer do carnaval de 2065 o mais inesquecível de todos.

Acho que a percepção que mais me chamou atenção, foi essa sensação de reconhecimento, apesar de ser um cenário futurista, regado de ficção científica, identificamos vários aspectos da nossa sociedade, ao fazer esse retrato maximizado de nossas mazelas, percebemos que ainda trazemos muita bagagem do passado, nossa história ainda se repete, por mais doloroso que seja admitir.

Ao mesmo tempo, a peça retrata como ninguém a forma como o brasileiro lida com todas essas adversidades, podemos perceber isso ao ver como o brasileiro não perde o bom humor perante as dificuldades, um exemplo disso é a quantidade de memes que vemos diariamente na internet.

Já queria ter falado a mais tempo de Rio 2065, entretanto creio que estou escrevendo no momento certo, após algum tempo para refletir e conseguir colocar em palavras o impacto que a peça exerceu sobre mim. Sinto que fui estapeada, no bom sentido, e me sinto mais fortalecida ainda para seguir o caminho que escolhi, mesmo já sabendo de antemão que essa estrada vai vir recheada de dificuldades.

Direção: Ivan Sugahara
Texto: Pedro Brício
Elenco: Alcemar Vieira, Ângela Câmara, Cristina Flores, Guilherme Piva, Jorge Maya, José Karini e Letícia Isnard.

SERVIÇO

Data: 11/01 a 03/03/2019 |Sessão extra: 02/03/2019

Local: Centro Cultural Banco do Brasil – Rio de Janeiro
Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 – Centro
Horário do evento: 19h | Sessão extra 02/03: 16h
Classificação etária: 14 anos. Proibido para menores de 14 anos.









Dia 16: Melhor filme da Disney

E a cada dia as escolhas se tornam mais complicadas. Hoje por exemplo, é um dia desses onde acabamos por escolher determinado filme por pequenos detalhes. Como melhor filme da Disney escolhi por falar sobre Operação Cupido, que assisti várias vezes durante minha infância e adolescência, e se deixar assisto até hoje.

Operação Cupido, remake de “The Parent Trap” de 1961, mostra Hallie e Annie se conhecendo durante um acampamento de férias e descobrem serem irmãs que foram separadas desde bebês, uma morando com o pai e a outra com a mãe. Depois da descoberta resolvem trocar de lugar para conhecê-los melhor, ambas as meninas só não contavam que o pai estaria com uma nova namorada... Será que o plano de unirem os pais novamente daria certo?

As gêmeas foram interpretadas por Lindsay Lohan em um de seus primeiros papeis, e apesar de ser nova convenceu em seu duplo papel, deixando que o filme ficasse leve e divertido, com certeza deixando nossas sessões da tarde ainda mais felizes. 

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Dia 15: Melhor Animação

Eu sei que estou um pouco atrasada, entretanto o desafio do cinema continua a todo vapor. A essa altura do campeonato isso significa que estamos chegando na metade do mês, e até aqui tem sido uma experiência maravilhosa e enriquecedora.

Hoje escolher a melhor animação está sendo quase como uma volta ao passado, já que “A Pequena Sereia” foi um dos filmes preferidos quando era criança, inclusive sendo tema do meu aniversário de quatro anos.

Mesmo tantos anos se passando o filme hoje em dia continua sendo uma das minhas animações preferidas, com destaque especial para a trilha sonora maravilhosa cujas músicas escuto até hoje. 

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Dia 12: Filme LGBT

Nos últimos anos vimos vários filmes com a temática LGBT serem lançados no cinema, o que pode ser considerado um reflexo das lutas pelos direitos que foram conquistados ao longo dos anos. Hoje em 2018 eu me sinto grata por ter alguns trabalhos maravilhosos que poderia falar nessa postagem, entretanto optei por escolher Infâmia, filme lançado em 1961.

Baseado na peça de teatro “The Children’s Hour” escrita em 1934 por Lillian Hellman, teve uma versão anterior em 1936 com as atrizes Miriam Hopkins e Merle Oberon nos papéis principais. A principal diferença do filme de 1936 com as outras versões foi o fato de que Lillian em sua adaptação teve que excluir qualquer menção em relação a sexualidade das personagens.

Então em 1961, mesmo ainda sendo um assunto tabu para a sociedade na época, o filme teve sua segunda versão com Audrey Hepburn e Shirley Maclaine dando a vida as personagens Karen Wright e Martha Dobie.

Elas, amigas desde a adolescência juntam suas economias e fundam uma escola para garotas, onde elas faziam de tudo um pouco, inclusive sendo professoras na instituição. Uma das meninas, Mary Tilford, resolve se vingar delas após um castigo contando para a avó milionária que Karen e Martha tinham um caso, transformando a vida das duas num inferno após o ocorrido visto que a versão da menina havia se espalhado e elas teriam que lidar com a discriminação de todos.

Infâmia mostra com maestria a forma como a mentira contada abalou a vida das jovens professoras, destruindo não só a escola que elas fundaram com tanto trabalho como também suas próprias vidas pessoais, visto que o relacionamento de Karen com o noivo ficou abalado e Martha se viu mais atingida do que queria com o boato, ao começar questionar sua própria sexualidade em meio ao momento turbulento que vivia.

O ponto forte de Infâmia foram as atuações de Hepburn e Maclaine, que se complementavam em cena, vemos Audrey em um papel diferente do que estávamos acostumados a vê-la, entretanto o destaque especial vai para a atuação de Shirley que construiu uma personagem forte, e por vezes angustiada, o que funcionou muito bem visto que a Martha foi a mais abalada com a mentira contada por Mary.

Outro fator que contribuiu para o filme ser maravilhoso foi o fato dele ser preto e branco, mesmo as produções do início da década de 60 serem em sua maioria em cores, acredito que isso deu ao filme um tom mais misterioso, que combinou muito com a atmosfera densa da produção.


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Dia 9: Filme Clássico

Um filme não precisa ser necessariamente antigo para ser elevado ao status de clássico, afinal um filme clássico sobrevive através dos anos e continuam sendo referência para outras gerações, não importando o ano de seu lançamento.

Apesar de ter muitos títulos de que me considero fã, a escolha de hoje também foi relativamente tranquila, e desde a concepção do desafio já sabia que minha escolha de hoje seria Mary Poppins.

O filme, lançado em 1964, é uma produção da Disney baseada no primeiro livro da série de oito livros infanto-juvenis escrito pela australiana Pamela Lyndon Travers, publicado em Londres em 1934. Walt Disney demorou mais de 25 anos para conseguir os direitos autorais do livro, só conseguindo esse feito no final da década de cinquenta. Para os fãs de Mary Poppins, foi lançado em 2013 o filme “Walt nos bastidores de Mary Poppins” que é focado durante esse período de negociações.

O filme se passa em Londres, no ano de 1910, e a história tem ponto de partida quando a família Banks encontra dificuldades em conseguir uma babá para os seus filhos, por elas sempre desistirem de seus cargos, até que uma noite quando os pais redigem uma carta a procura de uma nova babá, a filha aparece com uma carta relatando como seria a babá perfeita para ela, e esta chega as mãos de Mary Poppins, que era exatamente como a descrita por Jane, além de possuir poderes mágicos levando muita música, magia e diversão transformando a vida de toda a família.

A escolha de Julie Andrews para o papel de Mary Poppins foi acertada, tendo a atriz ficando marcada por interpretar babás em sua carreira, além de ter ganhado o Oscar por sua interpretação.

Hoje, considerado um clássico, o filme povoa até hoje o imaginário de muitas pessoas, tendo várias referências do filme lembradas até hoje, como por exemplo, a cena icônica de quando Mary Poppins chega à casa da família Banks voando em sua sombrinha, ou então a palavra Supercalifragilisticexpialidocious, afinal quem não tentou reproduzi-la com maestria?

Um dos exemplos de como Mary Poppins continua servindo de referência com o passar dos anos aconteceu no filme “Duas de Mim”, de 2017 onde a atriz Stella Miranda, interpretou uma doceira que oferece um bolo mágico para Suryellen, personagem de Thalita Carauta. A personagem, além de ser muito enigmática, tem referências estéticas que lembram muito a imagem de Mary Poppins.




Ano passado, durante a minha viagem a Los Angeles, tive a sorte de ter conseguido tirar foto com a Mary durante minha primeira visita à Disney.





Agora, no final de 2018, será lançado nos cinemas, depois de cinquenta e quatro anos da estreia a continuação de Mary Poppins, que acontece durante a “Grande Depressão”, centrada em Jane e Michael, personagens que eram as crianças do filme de 1964 que precisam novamente da ajuda da babá depois de sofrerem uma perda. Assisti ao trailer, e fiquei bem ansiosa pela continuação. 

Trailer de 1964



Trailer de Mary Poppins Returns


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